segunda-feira, 29 de abril de 2013

Dormir bem previne perda de memória mais tarde


Um estudo recente concluiu que a quantidade e a qualidade do sono são fatores que, durante a noite, podem afetar a memória com o passar dos anos. O sono interrompido parece estar associado com o acúmulo de placas de amiloide, um traço característico da doença de Alzheimer.  O autor do estudo da Escola de Medicina da Universidade de Washington, em St. Louis, e membro da Academia Americana de Neurologia, Yo-El Ju, diz que mais pesquisas são necessárias para determinar por que isso acontece e se as alterações do sono podem prever o declínio cognitivo.

Os pesquisadores testaram os padrões de sono de 100 pessoas com idades entre 45 e 80 anos que não apresentavam problemas mentais. Metade do grupo tinha a doença Alzheimer no histórico familiar. Um dispositivo foi colocado nos participantes durante duas semanas para medir o sono. Foram analisados também diários do sono e questionários. Com o estudo, descobriu-se que 25% dos participantes tinham evidências de placas de amilóide, que podem aparecer anos antes dos sintomas da doença começar.

No estudo, o tempo médio que as pessoas gastaram na cama foi cerca de 8 horas, mas o tempo de sono médio foi de 6,5 horas devido a despertares em curtos períodos durante a noite. Isso revelou que as pessoas que acordavam mais de 5 vezes por hora estavam mais propensas a ter acúmulo da proteína amilóide, em comparação com as pessoas que não despertaram tanto. A pesquisa descobriu ainda que as pessoas que dormem de maneira “menos eficaz” eram mais propensas a ter os traços de mal de Alzheimer em estágio inicial do que as que dormiam de forma mais eficiente. Em outras palavras, aqueles que tiveram uma eficiência do sono menor que 85% apresentavam mais possibilidades de ter os traços da doença do que aqueles que tiveram uma eficiência do sono normal, (maior que 85%), do tempo total de sono. 

A associação entre o sono interrompido e placas de amilóide é intrigante, mas as informações deste estudo não podem determinar uma relação causa-efeito ou o sentido dessa relação. É preciso um número maior de testes e estudos de longo prazo, acompanhando o sono dos indivíduos ao longo dos anos para determinar se o sono interrompido leva a formação das placas ou se as mudanças cerebrais causadas pela doença precoce levam a alterações do sono O estudo estabelece as bases para investigar se a manipulação do sono é uma estratégia possível na prevenção ou redução da doença de Alzheimer.

Fonte: Science Daily

Nenhum comentário:

Postar um comentário