Se
você é daqueles que adora dormir tarde, pense bem: o sono atrasado pode ter um
lado mais complicado para sua saúde. Pessoas que adormecem muito tarde podem
ter um risco maior de ter pesadelos. Alguns estudos já afirmaram que cerca de
80% dos adultos “vivenciam” pelo menos um pesadelo por ano, com 5% sofrendo de
sonhos perturbadores mais de uma vez por mês.
Uma
recente pesquisa analisou 264 estudantes universitários sobre seus hábitos de
sono e frequência de pesadelos, definidos como “sonhos disfóricos associados
com sentimentos de ameaça, medo, ansiedade ou terror”. Os cientistas usaram uma
medida conhecida como Escala de Ansiedade e Sonho de Van para avaliar a taxa de
sonhos ruins. Os participantes do estudo foram solicitados a classificar, especificamente, a
sua frequência de pesadelos em uma escala de zero a quatro, o que correspondia
a nunca e sempre, respectivamente. Em média, os indivíduos que se descreveram
como tipos noturnos tiveram uma pontuação de 2,1, enquanto os indivíduos que
acordavam cedo pontuaram em média 1,2 na escala, uma diferença significativa. O
estudo foi resultado de uma pesquisa online ainda maior, com cerca de 4.000
pessoas, que encontrou indícios de uma associação entre ser um tipo noturno e
ter constantes pesadelos.
Especialistas
estão intrigados com a ideia de que o ciclo corporal de uma pessoa, conhecido
como ritmo circadiano, pode estar vinculado aos pesadelos. O que ainda é um
mistério é porque as pessoas que levam uma vida noturna, como a maioria dos
jovens, por exemplo, relatam mais pesadelos. Esses indivíduos estão ainda mais
propensos a ter transtornos de humor e estilos de vida estressantes. Cientistas
já encontraram uma associação entre transtornos de humor, como depressão, e
problemas de sono, mas ainda assim, a pesquisa constatou que os tipos da noite
eram ligeiramente mais propensos a se lembrar de seus sonhos em geral, e isso
poderia em parte explicar as descobertas.
Por
outro lado, pessoas que dormem tarde e acordam cedo têm mais probabilidade de
experimentar déficit de sono e compensá-lo nos fins de semana, dormindo mais.
Assim, poderiam ter mais sono REM, a fase do sono caracterizada por movimentos
rápidos dos olhos, aumento da atividade cerebral e sonhos vívidos. Os
pesquisadores teorizam também que um hormônio do estresse, chamado cortisol,
pode estar envolvido no processo. O hormônio normalmente atinge seu pico no
corpo pela manhã, pouco antes de alguém acordar. É também nesse período que os
ciclos do sono REM atingem seu pico. A ideia é que, se o seu sono for
deslocado, você pode dormir quando seu cortisol estiver elevado, o que pode
levar a pesadelos ou sonhos esquisitos.
Novos
estudos sobre a associação vão pedir que os participantes registrem seus
hábitos de sono em um diário, ou usem um dispositivo de detecção de movimento
especializado para que os padrões de sono com base em períodos de descanso
sejam gravados e analisados.