segunda-feira, 29 de abril de 2013

Dormir tarde pode significar pesadelos


Se você é daqueles que adora dormir tarde, pense bem: o sono atrasado pode ter um lado mais complicado para sua saúde. Pessoas que adormecem muito tarde podem ter um risco maior de ter pesadelos. Alguns estudos já afirmaram que cerca de 80% dos adultos “vivenciam” pelo menos um pesadelo por ano, com 5% sofrendo de sonhos perturbadores mais de uma vez por mês.
 Uma recente pesquisa analisou 264 estudantes universitários sobre seus hábitos de sono e frequência de pesadelos, definidos como “sonhos disfóricos associados com sentimentos de ameaça, medo, ansiedade ou terror”. Os cientistas usaram uma medida conhecida como Escala de Ansiedade e Sonho de Van para avaliar a taxa de sonhos ruins. Os participantes do estudo foram solicitados a classificar, especificamente, a sua frequência de pesadelos em uma escala de zero a quatro, o que correspondia a nunca e sempre, respectivamente. Em média, os indivíduos que se descreveram como tipos noturnos tiveram uma pontuação de 2,1, enquanto os indivíduos que acordavam cedo pontuaram em média 1,2 na escala, uma diferença significativa. O estudo foi resultado de uma pesquisa online ainda maior, com cerca de 4.000 pessoas, que encontrou indícios de uma associação entre ser um tipo noturno e ter constantes pesadelos.

Especialistas estão intrigados com a ideia de que o ciclo corporal de uma pessoa, conhecido como ritmo circadiano, pode estar vinculado aos pesadelos. O que ainda é um mistério é porque as pessoas que levam uma vida noturna, como a maioria dos jovens, por exemplo, relatam mais pesadelos. Esses indivíduos estão ainda mais propensos a ter transtornos de humor e estilos de vida estressantes. Cientistas já encontraram uma associação entre transtornos de humor, como depressão, e problemas de sono, mas ainda assim, a pesquisa constatou que os tipos da noite eram ligeiramente mais propensos a se lembrar de seus sonhos em geral, e isso poderia em parte explicar as descobertas.

Por outro lado, pessoas que dormem tarde e acordam cedo têm mais probabilidade de experimentar déficit de sono e compensá-lo nos fins de semana, dormindo mais. Assim, poderiam ter mais sono REM, a fase do sono caracterizada por movimentos rápidos dos olhos, aumento da atividade cerebral e sonhos vívidos. Os pesquisadores teorizam também que um hormônio do estresse, chamado cortisol, pode estar envolvido no processo. O hormônio normalmente atinge seu pico no corpo pela manhã, pouco antes de alguém acordar. É também nesse período que os ciclos do sono REM atingem seu pico. A ideia é que, se o seu sono for deslocado, você pode dormir quando seu cortisol estiver elevado, o que pode levar a pesadelos ou sonhos esquisitos.

Novos estudos sobre a associação vão pedir que os participantes registrem seus hábitos de sono em um diário, ou usem um dispositivo de detecção de movimento especializado para que os padrões de sono com base em períodos de descanso sejam gravados e analisados. 

O ronco em crianças


Sabe-se hoje que a criança que ronca será, no futuro, um adulto roncador caso não seja tratada a tempo. E em muitos dos casos, esse problema está ligado a uma dificuldade na respiração do pequeno. Em média, 12% das crianças roncam habitualmente enquanto dormem. O ronco, esse barulho grave que ocorre a cada respiração enquanto dormimos, geralmente incomoda o companheiro de quarto. No entanto, se ele estiver associado às apneias, pode levar a problemas maiores de saúde. O ronco noturno não é importante quando a criança está resfriada ou com sintomas de rinite, mas se ele existe quando a criança ronca mais do que três noites por semana, respira de boca aberta e tem paradas da respiração durante o sono, o motivo para preocupação aparece. Nesta eventualidade, a criança pode apresentar um problema de saúde comum: a apneia.
As crianças com garganta estreita e/ou músculos flácidos apresentam um fechamento da garganta durante o sono, levando ao ronco e à apneia. Com isso, o ar não chega aos pulmões, baixando o oxigênio e elevando o gás carbônico do sangue. Esses engasgos noturnos provocam despertares freqüentes, alterando a qualidade do sono. Não é surpresa observar que essas crianças apresentam déficit do crescimento, problemas de comportamento, mau aproveitamento escolar ou até hipertensão arterial.
Reconhecer a Apneia Obstrutiva do Sono é difícil, pois o ronco e os engasgos noturnos ocorrem enquanto os pais estão dormindo. Crianças com amígdalas grandes e obesas frequentemente roncam, por isso é importante ter um alto grau de suspeita quando estes sintomas estão presentes. O diagnóstico é feito através de avaliação clínica com especialistas e um estudo do sono (exame de polissonografia).
Felizmente, o tratamento em crianças é mais simples do que em adultos, pois a maioria se beneficia da cirurgia para remoção das amígdalas e da adenóide. Os pais devem verificar se a respiração durante o sono  acontece pelo nariz, com a boca fechada. Se a criança dorme de boca aberta e respira a noite toda somente por ela é perigoso, nesse caso, um especialista deve ser procurado. Criança que dorme de boca aberta geralmente apresenta sinais como mau hálito, infecções de garganta repetidas e rouquidão. O ar que entra pela boca chega frio ao organismo e isso deixa os pequenos mais vulneráveis aos resfriados e às infecções nas amígdalas.
Seja como for, para prevenir, sempre que houver ruídos respiratórios, roncos ou apneias, os pais devem informar o pediatra. Pode ser que ele encaminhe o caso  para um especialista em doenças do sono ou um otorrinolaringologista, que são preparados para fazer o diagnóstico e indicar o tratamento para que o ronco não avance para idade adulta.
Fonte: Portal Terra – Rede Bom Dia e Hospital Albert Einstein 

Dormir bem previne perda de memória mais tarde


Um estudo recente concluiu que a quantidade e a qualidade do sono são fatores que, durante a noite, podem afetar a memória com o passar dos anos. O sono interrompido parece estar associado com o acúmulo de placas de amiloide, um traço característico da doença de Alzheimer.  O autor do estudo da Escola de Medicina da Universidade de Washington, em St. Louis, e membro da Academia Americana de Neurologia, Yo-El Ju, diz que mais pesquisas são necessárias para determinar por que isso acontece e se as alterações do sono podem prever o declínio cognitivo.

Os pesquisadores testaram os padrões de sono de 100 pessoas com idades entre 45 e 80 anos que não apresentavam problemas mentais. Metade do grupo tinha a doença Alzheimer no histórico familiar. Um dispositivo foi colocado nos participantes durante duas semanas para medir o sono. Foram analisados também diários do sono e questionários. Com o estudo, descobriu-se que 25% dos participantes tinham evidências de placas de amilóide, que podem aparecer anos antes dos sintomas da doença começar.

No estudo, o tempo médio que as pessoas gastaram na cama foi cerca de 8 horas, mas o tempo de sono médio foi de 6,5 horas devido a despertares em curtos períodos durante a noite. Isso revelou que as pessoas que acordavam mais de 5 vezes por hora estavam mais propensas a ter acúmulo da proteína amilóide, em comparação com as pessoas que não despertaram tanto. A pesquisa descobriu ainda que as pessoas que dormem de maneira “menos eficaz” eram mais propensas a ter os traços de mal de Alzheimer em estágio inicial do que as que dormiam de forma mais eficiente. Em outras palavras, aqueles que tiveram uma eficiência do sono menor que 85% apresentavam mais possibilidades de ter os traços da doença do que aqueles que tiveram uma eficiência do sono normal, (maior que 85%), do tempo total de sono. 

A associação entre o sono interrompido e placas de amilóide é intrigante, mas as informações deste estudo não podem determinar uma relação causa-efeito ou o sentido dessa relação. É preciso um número maior de testes e estudos de longo prazo, acompanhando o sono dos indivíduos ao longo dos anos para determinar se o sono interrompido leva a formação das placas ou se as mudanças cerebrais causadas pela doença precoce levam a alterações do sono O estudo estabelece as bases para investigar se a manipulação do sono é uma estratégia possível na prevenção ou redução da doença de Alzheimer.

Fonte: Science Daily